"Tell me, what is my life without your love?"
"The album grabs you up by the neck and holds you in a cathartic state for such a long time that it really wears you down - this is not listening for relaxation, this is listening for purification, plain and simple.
80 minutes worth of musical orgasm."
Já o referi diversas vezes: não ligo muito a críticos musicais. Pelo menos não os tenho como oráculos do que é bom ou não, ou do que devo ou não devo ouvir. Contudo, gosto de ler algumas opiniões, principalmente daqueles que têm ideias fortes e vincadas (como eu) e verificar se a minha opinião coincide com a deles. Quando isso acontece, acho engraçado; quando não acontece, é-me igual, por vezes até me rio com a disparidade de visões.
Vezes outras existem, que lemos uma opinião que espelha na totalidade o que pensamos e o que sentimos acerca de um determinado assunto. A citação que coloquei em cima é de George Starostin, um crítico musical que "leio" há mais de 10 anos e uma das inspirações para escrever este blog. Inspiração da ideia, note-se. Sou obrigado a sublinhar que Starostin abomina os Queen, pelo que discordo em larga escala de algumas das suas opiniões, mas não deixam de me entreter.
No caso de "All Things Must Pass", estamos em sintonia.
Ontem falei aqui acerca do White Album ("The Beatles"), de como este álbum era "o castelo de pedra, em cima do monte majestoso que é a discografia" dos The Beatles. Verdade. Mas... e se eu disser que a nível de majestuosidade, de imponência, nada, NADA mesmo, chega a "All Things Must Pass"?
Se a palavra-chave do White Album era diversidade, em "All Things Must Pass", a palavra-chave é majestuosidade. (partindo do princípio que a palavra existe mesmo)
Se o White Album é um castelo, então o álbum de estreia de George Harrison é uma catedral, imponente e majestosa; uma obra épica, de uma grandiosidade que nos esmaga os sentidos e ao mesmo tempo os acolhe.
Como diz Starostin, é um álbum que nos "agarra pelo pescoço" e nos "deixa num estado catártico durante tanto tempo, que chegamos ao fim cansados". E acrescenta:"Isto não é ouvir para relaxamento, isto é ouvir para purificação, pura e simples."
Eu sei, já me estou a exceder outra vez. É o costume: quando falamos de "All Things Must Pass", desdobro-me no uso dos superlativos, ainda mais do que o habitual.
"All Things Must Pass" é de longe o álbum que mais ouvi nos últimos 2 anos. Curiosamente, essa relação de quasi-dependência da obra-prima de George Harrison começou em Londres, numa viagem que fiz por esta altura, há sensivelmente 2 anos.
Volvidos 2 anos, numa altura em que regresso a Londres, com a possibilidade de ficar, "All Things Must Pass" também regressou à minha playlist. Desta feita, principalmente pela mão de "What Is Life", o tema mais optimista do magnum opus de George Harrison. Tempos felizes.
Neste ponto tambem estamos em sintonia. :) Este é, para mim, um dos melhores albuns de sempre, e que ouço desde sempre.
ResponderEliminarO George é mesmo um génio!
Curiosamente, este fim de semana, on a trip down memory lane, descobri o All Things Must Pass e White Album.
Se o primeiro é "majestuoso", o White Album é mesmo muito especial. Deve ter sido o primeiro album que ouvi. (Piggies e Martha my dear definitivamente as primeiras musicas :)
PS: Viver em Londres é uma experiência inesquecível. Se tiveres oportunidade, go for it!
Sem dúvida que estamos em sintonia, também tenho andado a ouvir o White Album e o ATMP :)
Eliminar"Piggies" é mais uma malha do nosso George, também gosto muito do "Savoy Truffle", que basicamente é uma receita de chocolate! É um tema doce :P
Por causa deste post fui ouvir o álbum hoje, já não ouvia há uns meses :))
ResponderEliminarO "Goodfellas" é um dos meus filmes preferidos, já vi imensas vezes e só hoje me dei conta que esta música aparece nalgumas cenas... Mas também já não o revejo há mais de um ano, da última vez que vi ainda nem conhecia o "All Things Must Pass".
Por falar em críticos, lembras-te daquele artigo da Rolling Stone do Dave Marsh em 1978 que te mostrei? Repara agora nesta crítica aos Queen, acho que vais adorar :P http://www.queenarchives.com/index.php?title=Queen_-_02-08-1979_-_Jazz_-_Rolling_Stone_%28Issue_284%29
O último parágrafo LOL
Wow!! What an asshole!!!
EliminarBem, na verdade, eu já sabia do ódio absurdo que a imprensa sempre teve aos Queen , sendo a Rolling Stone um dos exemplos (ao contrário do Bruce Springsteen, dos Beatles, ou dos Stones), mas este artigo eleva isto a todo um outro patamar! O gajo consegue ser ainda pior que o George Starostin! O que vale é que, tal como George, ainda me entretive bem com esta crítica, deu para me rir com tanta imbecilidade junta :P
Ainda relativamente à acefalia reinante na Rolling Stone: é preciso acrescentar que os tipos da RS deram 5 estrelas (!!!) ao "Working On A Dream". Sim, esse mesmo. Não foi o Marsh, foi outro (um Brian Hatt), mas é um exemplo do ridículo a que eles se expõem quando estão a fazer "críticas acríticas".
Eliminarhttp://www.rollingstone.com/music/albumreviews/working-on-a-dream-20090121
De tal forma que este blogger abordou muito bem o assunto ("when the red-carpet treatment is unearned, it’s insulting to both him and his audience") e deu o exemplo de outras críticas absurdas da RS, como é o caso do "Final Cut" dos Pink Floyd, que também levou o carimbo das 5 estrelas:
http://mentaldefective.wordpress.com/2009/01/26/the-patented-rolling-stone-5-star-review/
É mesmo isso, ao menos dá para rir um bocado :P
EliminarÉ como esta crítica da Pitchfork ao "Lateralus": http://pitchfork.com/reviews/albums/8104-lateralus/
1.9 em 10. Lol. É que nem se trata de eu não saber aceitar críticas às bandas que gosto porque sou das primeiras a fazê-lo se for preciso. Sei bem que os Tool são aquela banda que atrai muito maluquinho que é completamente cego e fanático mas eu tenho dois dedos de testa. O que me dá comichão é mesmo a estupidez de uma Pitchfork sequer achar que está habilitada a opinar sobre os Tool, tendo em conta o seu público-alvo. E é perceberes que quem escreveu nem sequer sabe do que está a falar e está cheio de preconceitos sobre a banda.
Outro exemplo, o último álbum deles: http://pitchfork.com/reviews/albums/8105-10000-days/
5.9 em 10. Dão 1.9 ao melhor álbum dos Tool e depois dão 5.9 ao "10,000 Days". E ainda dizem pérolas destas: A Pitchfork-friendly analogy: Tool are the Radiohead of xFC-metal. Tá bem então. Continuem a masturbar-se com os James Blake desta vida...
Isto toca em muitas coisas que já falámos e o que disseste no post dos Radiohead.
Esse blogger que criticou a RS fala muito bem, tanta bajulação a certos artistas só prejudica o trabalho deles. Um álbum que tem uma "Queen of the Supermarket" nunca na vida pode ter 5 estrelas :P
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