"I been knocking on the door that holds the throne
I been looking for the map that leads me home"
Silêncio...
Já lá vai algum tempo. Tempo a mais de silêncio, para quem gosta de escrever.
E que melhor forma de quebrar o silêncio, do que com uma grande notícia? É o que se pode chamar um regresso LIKE A BOSS!
E quem diz Like a Boss é como quem fala em... Bruce Springsteen.
Foi há exactamente 3 semanas, pouco passava do meio-dia de 19 de Janeiro, que Bruce quebrou o seu silêncio e largou a "bomba" na sua página do Facebook: vem aí novo álbum de originais e uma nova digressão com a E Street Band.
O anúncio foi acompanhado de um tema novo e dos detalhes do álbum.
O 17º álbum de estúdio de Bruce chamar-se-á "Wrecking Ball", terá 11 faixas (13 na sua edição especial) e será lançado no próximo dia 6 de Março, dentro de menos de 1 mês. O alinhamento será o seguinte:
1. "We Take Care of Our Own" (3:53)
2. "Easy Money" (4:00)
3. "Shackled and Drawn" (6:20)
4. "Jack of All Trades" (3:23)
5. "Death to My Hometown" (5:00)
6. "This Depression" (2:57)
7. "Wrecking Ball" (5:40)
8. "You've Got It" (4:18)
9. "Rocky Ground" (3:19)
10. "Land of Hope and Dreams" (7:03)
11. "We Are Alive" (4:23)
12. "Swallowed Up (In the Belly of the Whale)" (Bonus track) (3:24)
13. "American Land" (Bonus track) (4:00)
Olhando para este lote de temas, alguns nomes saltam à vista, como familiares para os fãs de Bruce Springsteen.
Desde logo o tema-título do álbum "Wrecking Ball", que foi alvo de um lançamento especial em vinil, aquando do Record Store Day, em Abril de 2010. A versão incluída nesse single foi uma gravação ao vivo no Giants Stadium, na Working On A Dream Tour, em 2009. O tema teria sido composto por Bruce, propositadamente para os espectáculos de regresso a New Jersey.
Reconhece-se também "American Land", que foi escrito durante as Seeger Sessions, em 2006, (as quais deram origem ao álbum "We Shall Overcome") e foi presença assídua nos concertos de Bruce desde então.
Por fim, "Land of Hope and Dreams", que foi composto em 1998, estreado ao vivo na Reunion Tour com a E Street Band em 1999, mas nunca viu a luz do dia num álbum de originais.
O restante material de "Wrecking Ball" terá sido escrito em 2011.
Várias notícias ao longo dos últimos meses já apontavam para novidades no mundo de Bruce Springsteen. No dia anterior ao anúncio do álbum, um artigo na Rolling Stone dava conta que o novo álbum combinava elementos da sonoridade clássica de Bruce e da sua experiência nas Seeger Sessions, com novas texturas e estilos.
Jon Landau - manager de Bruce - falou em "texturas inesperadas, loops, percussão electrónica, com influências e ritmos desde o hip-hop ao folk irlandês", num "esforço experimental com um produtor novo".
Como seria de esperar, estas foram palavras que não caíram muito bem no seio dos fãs de Bruce, adeptos naturais de sonoridades Rock e ávidos de um disco mais próximo de "Born To Run", ou "Darkness In The Edge Of Town", do que do último disco de Wyclef Jean.
Claro que estas palavras, para mim, valem o que valem, uma vez que serviram apenas para criar buzz para o novo álbum e não necessariamente caracterizam aquilo que ele nos vai trazer.
Landau disse também que "Wrecking Ball" será o álbum "mais enfurecido" que Bruce já escreveu, mas para quem ouviu "Darkness On The Edge Of Town", não posso de deixar aqui as minhas dúvidas sobre esta afirmação.
O tema novo é o primeiro single retirado de "Wrecking Ball": "We Take Care Of Our Own". Este é um tema que, embora efectivamente mais "enraivecido" do que a tarimba jovial de "Working On A Dream", poderia figurar num dos últimos álbuns de Bruce. Isto é, em termos de sonoridade, não se ouve a revolução propalada por Landau.
Esperemos então pelo álbum, já falta muito pouco.