"Fiz-me ao mar com lua cheia, a esse mar de ruas e cafés..."
Para a gravação do seu terceiro álbum em 1983, Rui Veloso deixou a "Banda Sonora", que o acompanhara nos dois primeiros álbuns. O resultado foi um álbum diferente dos dois primeiros, mais sombrio e mais afastado do rótulo de pai do rock português; um rótulo que ainda hoje insistem em colocar em Rui Veloso, embora este seja um homem essencialmente do Blues.
O álbum é "Guardador de Margens", um álbum sem os grandes êxitos que caracterizaram (todos) os restantes álbuns de Rui Veloso nos anos 80, mas que funciona pela qualidade da escrita dos temas, pela dupla Rui Veloso/Carlos Tê. Na minha opinião, o melhor exemplo disto é este maravilhoso tema: "A Ilha".
"E assim fui na monção, perdido na imensidão deparei com uma ilha... uma pequena maravilha"
Lançado em 1984, "A Ilha" foi o único single retirado do álbum "Guardador de Margens" e é para mim um dos momentos mais brilhantes da carreira de Rui Veloso. Tanto na lírica, como na melodia e principalmente na cuidada produção, "A Ilha" é um tema completo que, talvez devido à falta de apelo mais Pop, não atingiu a projecção de outros temas de Rui Veloso da época.