"Man lies right at you
He's your life's mistake
All you're really lookin' for... is an even break"
Hoje vou contar a história da entrada da música dos Guns N' Roses na minha vida.
Estávamos no início 1992 e eu, na inocência e ignorância da minha tenra idade, esforçava-me para perceber as consequências da horrível notícia que tinha abalado o Mundo alguns meses antes: a morte de Freddie Mercury, vítima do vírus da SIDA. Esta notícia despertou definitivamente as pessoas para a percepção daquela terrível doença, mas abalou também o meu mundo. Já desde há uns anos a essa parte que os Queen eram a minha banda preferida e Freddie Mercury o meu grande ídolo. Vê-lo de cima de um palco era (e ainda é) o epítome da grandiosidade. Não foi fácil para um miúdo perceber que, a partir de então, tudo tinha acabado...
Foi nesta altura que foi organizado aquele que seria o maior evento musical global desde o "Live Aid" (e o maior até ao "Live 8", mas de 10 anos depois): o "The Freddie Mercury Tribute Concert". Este evento juntou os maiores nomes da música daquela época a alguns dos maiores nomes das décadas anteriores. Foi uma tarde magnífica de homenagem ao Rei, um concerto histórico transmitido em directo para 76 (!!) países, para mais de mil milhões de espectadores.
"We got one more time to go... Let's make this one reach the heavens"
Para mim, este era uma espécie de último adeus ao Rei e uma passagem de testemunho às bandas que iam substituir os Queen. Literalmente.
Ou seja, na minha inocência, eu pensava que os Guns N' Roses, os Metallica, ou os Def Leppard estavam ali para tomar o lugar dos Queen. Embora me tenham explicado várias vezes que todas as bandas eram entidades diferentes, isto era o que fazia mais sentido na minha cabeça e foi esta a explicação que eu teimosamente assumi.
De repente, ao ver o Axl Rose no palco cantar "Knockin' On Heaven's Door", a morte de Freddie Mercury deixou de parecer uma tragédia irreversível. Afinal, tinha chegado alguém para o substituir.