"Take a breath"
Inspira.
Já se passaram algumas horas, mas os meus dedos ainda tremem, o meu coração ainda bate a ritmos BlueMondayanos e a minha pulsação ainda está em nível de minutos-finais-de-segunda-mão-da-meia-final-da-Liga-Europa. O que é isto? Estou nas nuvens, os pés flutuam dois palmos acima do chão. Mas estou de rastos, aquelas horas de stress deram cabo de mim. Suores frios. Dói-me a cabeça, dói-me o corpo todo. E de repente, sentimentos de dúvida assolam-me. A cabeça trabalha a mil. Será que isto me está mesmo a acontecer? Não, isto não me pode estar a acontecer. É bom demais para ser verdade. Foi o dia todo nisto. Calma, Nuno, já passou.
Que cavalgada de emoções.
Expira.
Inspira.
Já se passaram algumas horas desde que comprei bilhetes para dois (dois!!) concertos de David Gilmour e ainda não acredito que é verdade. Chovem-me flashes daquela noite mágica de 2006, em Paris, a melhor noite da minha vida. São flashes que me apertam o coração e o empurram contra a omoplata. São flashes de uma noite perfeita, da noite em que vi David Gilmour ao vivo no Grand Rex, acompanhado de Richard Wright, a tocar temas como "Echoes", "High Hopes", "Time", ou "Comfortably Numb". Subi ao céu.
Agora o céu espera-me novamente em Itália, em dose dupla, na belíssima Arena di Verona e no Ippodromo Le Mulina, em Firenze. É um sonho tornado realidade. Quem disse que a felicidade não é possível?
Já sei que não vou pregar olho hoje, o êxtase não me vai deixar. Mas que se lixe, não preciso de sonhar. Eu vou viver o meu sonho.
Expira.