"How can I give love when I don't know what it is I'm giving?"
Hoje o John Lennon faria 75 anos. O meu John. Sim, meu. Não que eu tenha especial orgulho nisso, porque toda a vida eu quis ser Paul. Mas não é Paul quem quer, é Paul quem pode. E eu não sou Paul, sou John. Temperamental, apaixonado, obstinado, conduzindo o dia-a-dia com o sangue a ferver nas veias. Não é fácil ser assim, acreditem. E também não deve ser fácil para quem me rodeia. Preferia a constância, o método e a segurança do Paul. Ou pelo menos acho que preferia. Mas talvez assim perdesse a piada.
Vejam aqui quem vocês são. O meu resultado foi (expectavelmente):
Para celebrar o John, deixo-vos "How?", do álbum "Imagine" (1971) - um dos seus temas mais confessionais. Isto se for possível sequer fazer uma consideração deste tipo, já que todos os temas de John (pelo menos na sua carreira a solo) são confessionais. Os seus álbuns a solo são como que actas de várias sessões de terapia psicanalítica ao longo dos anos. Talvez por isso sejam tão inconsistentes e talvez por isso a sua carreira a solo seja tão ignorada. Ninguém quer olhar para John como ele é, preferimos manter a imagem estereotipada de um puto rebelde, de um excêntrico a lutar pela paz numa cama com uma chinesa, ou de um mártir que caiu aos pés de um louco. Mas John é muitíssimo mais complexo que isso. Ouçam, se conseguirem, a discografia a solo de John (álbuns avant-garde incluídos). É um desafio de mind games.
John está longe de ser perfeito (alguns idiotas formatados da internet descobriram agora isso), mas não é por isso que não o devemos amar por aquilo que ele é. Quem de nós é perfeito, anyway? Que direito temos de julgar quem se deu todo à sua arte e fez tudo o que podia para mudar o mundo
"How can I have feeling when I don't know if it's a feeling?"
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