domingo, 2 de outubro de 2011

Red Hot Chili Peppers - "Can't Stop"

"The world I love, the tears I drop, to be part of the way I CAN'T STOP, ever wonder if it's all for you?!"



Os Red Hot Chili Peppers têm aquela sonoridade muito própria, de quem trouxe um cheirinho Funk ao Rock. Não é um original deles, mas é algo que não havia muito no mainstream, quando explodiram em 1991 com "Give It Away".

A procura do ritmo, do groove, é algo que sempre assumiu grande importância nas música dos Red Hot. Tanto nos seus trabalhos mais antigos, nos anos 80 e 90, como nos álbuns mais recentes.
É o caso deste "Can't Stop", do álbum "By The Way" de 2002.

O álbum "By The Way" foi escrito no período mais feliz da banda, na sequência do mega-sucesso de "Californication", durante os late 90's e early 00's. Um mega-sucesso que não foi marcado por tragédias ou conflitos, como em outras fases da carreira dos Red Hot. "Californication" foi um álbum que marcou indelevelmente a minha geração. O seu sucesso foi tão grande, que durante 2 anos foram lançados singles de promoção ao álbum. Parecia uma mina sem fim para as rádios.

A recepção de "By the Way" foi assim feita com grandes expectativas, não só pelos fãs, como também pelo público em geral, que tinha sido brindado massivamente com os Red Hot na rádio e na televisão nos anos anteriores.
O primeiro single foi "By The Way" e eu confesso que, mesmo gostando, não fiquei muito impressionado. Já o segundo single - "The Zephyr Song" - revelou-se como o tema que mais abomino dos Red Hot. Não sei porquê, mas não me entrou no ouvido. Não entrou na altura e continua a não entrar hoje.

Foi só com o 3º single que o jogo mudou.
"Can't Stop" foi lançado em Janeiro de 2003, meio ano depois do lançamento de "By The Way" e fixou-se como o meu tema de eleição dos Red Hot Chili Peppers (ainda hoje o é). Mais que isso, mostrou-me que eles ainda tinham muito na manga.


Na mimha opinião, quem brilha com maior intensidade em "Can't Stop" é o guitarrista John Frusciante. John marca o ritmo com as suas simples frases na guitarra (o início até é reminiscente do Reggae, um género do qual nem gosto particularmente), mas mais que isso, confere com as suas harmonias vocais um estado de graça ao tema. Sublime.

Para além das virtudes musicais de "Can't Stop", a lírica deste tema é algo com que me identifico pessoalmente. As palavras de Keidis funcionam de forma salpicada e algo arbitrária, mas inserem-se todas na mesma temática: a condição inquieta e desassossegada do ser humano.
Não de todos obviamente.
Mas para quem vive em constante urgência de resolução;
Para quem não se limita a uma vida levada pela corrente;
Para quem não consegue parar;
Para essas pessoas... este tema toca nalguns botões.

"Choose not a life of limitation, distant cousin to the reservation!"

A lírica em "Can't Stop" está exposta de forma a que o ouvinte se possa identificar com pelo menos alguns dos pontos abordados. Kiedis descreve vários factos da sua vida, mas sem especificar o seu sentido pessoal, permite ao ouvinte adoptar a canção para si mesmo, como um hino da sua própria vida.

"Can't stop the spirits when they need you, this life is more than just a read thru"

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