"Change my pitch up, smack my bitch up"
A chegada dos The Prodigy à cena musical nos anos 90 terá sido o fenómeno mais próximo do impacto da chegada dos Sex Pistols nos anos 70. Os Pistols trouxeram a revolução do Punk ao underground britânico. Os The Prodigy impulsionaram a introdução do Techno no mainstream, primeiro no Reino Unido e mais tarde um pouco por todo o mundo.
A ligar estes fenómenos espaçados de quase 2 décadas está o impacto estrondoso que estas bandas tiveram junto da juventude alternativa e rebelde. Se é verdade que não estive presente na revolução do Punk, lembro-me bem do choque que foi a chegada dos The Prodigy, principalmente do álbum que os projectou para o mainstream: "The Fat Of The Land" em 1997.
Tudo nos The Prodigy era chocante: a aparência dos membros da banda (principalmente Flint), que pareciam saídos de um filme de terror; a música agressiva, que era algo como nunca tinha ouvido até então; o conteúdo das letras e claro, os vídeos, principalmente o clip de "Smack My Bitch Up", o 3º single do álbum "The Fat Of The Land".
Em 1997 ninguém tinha internet em casa, não havia Youtube e muito pouca gente tinha acesso a canais de música como a MTV. Por isso, o vídeo de "Smack My Bitch Up", globalmente censurado (por razões óbvias), era praticamente inacessível à minha faixa etária. Mas a verdade é que se falava muito do vídeo, muitas vezes sem ninguém o ter visto e muitas vezes ampliando o seu conteúdo.
Foi por isso que, quando numa noite de 6ª feira o clip foi transmitido a altas horas num programa da RTP2 (com a respectiva bolinha vermelha no canto do ecrã), tinha grandes expectativas para saber a explicação de tanta polémica.
Durante aqueles 4 minutos e meio, fiquei estarrecido a olhar para o ecrã.
Mas no fim de contas, devido à minha tenra idade, acabei por perceber muito pouco do que realmente se passava no vídeo, apenas solidificou a minha ideia de que tudo relacionado com os The Prodigy era chocante.
Só quando voltei a ver o vídeo alguns anos mais tarde, é que percebi o motivo de tanta controvérsia. E motivos para controvérsia não faltam aqui. Não querendo desvendar o desfecho desta obra prima dos vídeos musicais, o enredo passa-se numa saída à noite, envolvendo álcool, droga, prostituição, roubo e um golpe de teatro no fim, capaz de provocar aquela sensação de HUH digna de um thriller.
Ao longo dos anos, "Smack My Bitch Up" foi ganhando várias consagrações como o vídeo mais controverso de sempre, tendo sido na época banido de praticamente toda a televisão. Só a MTV, devido aos insistentes pedidos do público, se disponibilizou para passar o vídeo, mas somente depois da meia noite. Apesar disso, o vídeo acabaria por levar dois MTV Video Music Awards nesse ano, consagrando a obra de arte do realizador sueco Jonas Åkerlund e a própria banda, que vivia os seus anos de apogeu.
O Fat of The Land, grandes memórias! :) eu tinha 15 anos quando saiu e ouvia-o imenso. Lembro-me perfeitamente de toda a polémica à volta do vídeo e de conversas na escola sobre o assunto. É daqueles álbuns que acho que não passou indiferente a ninguém (pessoas naquela faixa etária pelo menos).
ResponderEliminarPronto, já tive de ir ouvir a "Firestarter" :P
Podes crer, os The Prodigy nessa altura (também eu era adolescente) eram uma espécie de personagens de mitos e lendas: "filhos do demo", "encarnações do mal"... Na escola valia tudo! lol A música e o aspecto deles também não ajudavam à sua fama...
EliminarSó o facto de se gostar dos Prodigy já era uma ideia perigosa e tornava-te a ti numa pessoa potencialmente perigosa... Ah, que saudades dos tempos da falta de informação!! :P