sexta-feira, 29 de junho de 2012

Tony Bennett & George Michael - "How Do You Keep The Music Playing?"

"I know the way I feel for her: it’s now or never
The more I love, the more that I’m afraid, that in her eyes I may not see forever"



Hoje sinto-me romântico. Eu sei, é uma grande décalage em relação ao estado espírito de ontem, mas ainda bem. Antes assim. E quando me sinto romântico, o mais habitual é recorrer a George Michael - a minha voz de eleição, no que toca a baladas. Mas se é verdade que ao longo da sua carreira, George tem no seu reportório um imenso lote de grandes baladas, este não é um desses casos. Ou melhor, é uma grande balada, sim, mas não foi composta por ele.

Numa altura em que a carreira de George Michael já se encontrava em fase descendente, Tony Bennett convidou-o para um dueto para o álbum de celebração do seu 80º aniversário.
O tema escolhido foi este "How Do You Keep The Music Playing?", um tema originalmente composto para o filme de 1982 "Best Friends". O filme consistia numa mera comédia romântica dos anos 80, com Burt Reynolds e Goldie Hawn, destinado a ficar esquecido nas traseiras de qualquer videoclube (espera, isso hoje já não existe...), mas isso não impediu que o seu tema principal ganhasse uma vida própria e assim se prorrogasse no tempo.

"How Do You Keep The Music Playing?" foi nomeado para o Oscar de Melhor Canção Original em 1983, tendo perdido para o célebre "Up Where We Belong", do filme "Oficial e Cavalheiro" (nome original "An Officer and a Gentleman"), interpretado por Joe Cocker e Jennifer Warnes.

"How Do You Keep The Music Playing?" fala sobre a dificuldade de manter uma relação duradoura e lidar com o lento abafamento da chama da paixão. Como é que se mantém a música a tocar? É difícil, de facto. Já todos passámos por isso. É difícil e, no entanto, é tão simples:

Rendição: "How do you lose yourself to someone? And never lose your way"
Amizade: "If we can be the best of lovers, yet be the best of friends..."
Adaptação: "Since we know we’re always changing, why should it be the same?"

Pôr isto em prática? Pois, isso já é outra história...

"If we can try with every day to make it better as it grows, with any luck, then I suppose, the music never ends."

quinta-feira, 28 de junho de 2012

Limp Bizkit - "Break Stuff"

"It's just one of those days
When you don't wanna wake up,
Everything is fucked
Everybody sucks
You don't really know why
But you wanna justify rippin' someone's head off

No human contact and if you interact
Your life is on contract
Your best bet is to stay away motherfucker
It's just one of those days..."



Há dias em que o meu estado de espírito é somente este.

terça-feira, 26 de junho de 2012

Don Henley - "The Boys Of Summer"

"I can tell you my love for you will still be strong, after the boys of summer have gone"



No que à música diz respeito, sou uma pessoa de gostos sazonais. No Inverno, com o frio e o tempo cinzento, sou mais dado a música melancólica e introspectiva, sob conceitos mais dark. Em contrapartida, chegando o Verão e o tempo quente, as minhas escolhas recaem em música mais alegre, ora num tom mais relaxante, ora num tom mais pesado, ou até num tom mais agressivo.

Para dar alguns exemplos desta dicotomia, basta recorrer à discografia de alguns dos meus artistas preferidos. Peguemos no caso dos Pink Floyd, por exemplo: no Inverno, ouço com alguma frequência o álbum "The Wall", mas a partir do momento que chegam os dias soalheiros da Primareva, o álbum "The Division Bell" salta imediatamente da prateleira para a minha aparelhagem.
Já no caso de Bruce Springsteen, no Inverno, a introspecção do álbum "Darkness On The Edge Of Town" é um habitué na minha aparelhagem. Porém, no Verão, é tempo do optimismo de "Born To Run". Dois álbuns que se seguem cronologicamente e que se complementam em estado de espírito.
Em relação aos Queen, os álbuns "Made In Heaven", "Queen II", "Hot Space", ou "A Day At The Races" são alguns dos meus ex-libris sempre que está tempo cinzento lá fora e eu, em casa, estou cheio de camisolas. Já com pouca roupa vestida e o calor com entrada livre pelas janelas, é tempo de "A Night At The Opera", "A Kind Of Magic" e, mais que tudo, do meu álbum preferido de sempre (bem, o que eu fui dizer...) "Live At Wembley '86". Como é que eu ainda não escrevi nada sobre isto é que me escapa... Mas adiante.

Da mesma forma que há álbuns preferenciais de Verão ou de Inverno, o mesmo raciocínio se aplica às bandas.
Para além das bandas mais "pesadas" como os Guns N' Roses, os Deep Purple, ou os Metallica, que ganham invariavelmente o seu tempo de antena no Verão, há uma banda que, num estilo completamente diferente, também aparece sempre com o calor: os Eagles.

Já tive a oportunidade de falar no meu álbum preferido dos Eagles aqui ("One Of These Nights"), mas hoje vou falar sobre um tema da carreira a solo de Don Henley, o baterista da banda.
Para além de baterista, Henley é também um dos principais compositores da banda e ainda foi vocalista num enorme número de temas, com muitos deles a resultarem em êxitos para a banda. É o caso de "Hotel California", "One of These Nights", "Desperado", "Witchy Woman", "Wasted Time", ou "The Long Run". Arrisco até dizer, que os Eagles são conhecidos principalmente pela voz de Don Henley.

O tema é "The Boys Of Summer", escrito por Henley e Mike Campbell (dos Heartbreakers de Tom Petty) e é provavelmente o maior êxito das carreiras a solo de todos os membros dos Eagles, do presente ou do passado, sendo também o temas mais reconhecível hoje em dia.
"The Boys Of Summer" foi o 1º single retirado do álbum "Building the Perfect Beast" de 1984, o segundo trabalho a solo de Henley. Com este tema, Don ganhou um Grammy para Best Male Rock Vocal Performance e o videoclip (em cima), a preto e branco, arrecadou o prémio Best Video of the Year, nos MTV Video Music Awards. Mesmo sendo tempos muito diferentes na MTV (ainda havia música no canal e a música ainda era algo que ali importava), nada mau para um artista que já era veterano na época.

E porquê "The Boys Of Summer", como escolha musical para dar o pontapé de saída do Verão?
- "Bem, é uma música sobre o Verão", dirão alguns de vocês. Correcto.
- "E também é uma ode ao Verão", dirão outros. Errado.

"Nobody on the road, nobody on the beach, I feel it in the air, the summer’s out of reach"

Na verdade, apesar do tema ser sobre o Verão e de ter um vibe de fim de tarde na praia, "The Boys Of Summer" é mais um tema anti-Verão, do que o que pode parecer à primeira vista (ou neste caso, audição).

"Empty lake, empty streets, the sun goes down alone
I’m drivin’ by your house, though I know you’re not home"

Em vez de uma ode ao sol, ao calor e à praia, "The Boys Of Summer" conta-nos a história de um rapaz que perdeu a sua namorada para os sabores e as aventuras vibrantes do Verão, um paradigma contra o qual ele não pode competir. Mas mesmo sabendo que a miúda já fugiu e que tão cedo não voltará (quanto muito só depois do Verão, quando os "rapazes do Verão" se forem embora :) ), o rapaz recorda as boas memórias que os tempos juntos lhe deixaram e promete...

"I can tell you my love for you will still be strong, after the boys of summer have gone"