sexta-feira, 7 de outubro de 2016

Bruce Springsteen (The Castiles) - "You Can't Judge a Book by the Cover"




Ainda agora comecei a ler a autobiografia do Bruce Springsteen e já estou de coração cheio. Bastaram meia dúzia de capítulos para perceber como funciona o livro do Boss: todo ele está divididinho em pequenos capítulos de 4/5 páginas que se lêem como canções, uma vez que à semelhança das canções de Bruce, cada um destes actos conta uma história.


Bruce escreve em prosa na mesma linguagem épico-mundana que já conhecemos da sua música (descrevendo lugares, personagens e acontecimentos mundanos de forma épica) pelo que, juntando à estrutura projectada em pequenas short-stories, faz com que este pareça um álbum novo de Bruce Springsteen - a sua antologia definitiva, onde pôde contar a história da sua vida sem as restrições da duração de um disco. Para um fanático do Bruce como eu, é mesmo de deixar o coração cheio. No fim de cada capítulo, só apetece abraçar o livro.

O fim-de-semana está aí e agora que o Verão se foi embora e a escuridão ganha terreno nos dias, não há programa melhor para passar o tempo, se não a ler o novo álbum de Bruce Springsteen. Bem, na verdade até há literalmente um álbum novo - o "Chapter And Verse". Mas este será o caso raro em Bruce, em que é preferível ler o livrete que ouvir a música.

Mais uma nota: se puderem, leiam a versão original. As palavras do Bruce só devem ser lidas nas suas próprias palavras, não há volta a dar. De outra forma, deixa de ser Bruce Springsteen. Agora escusem-me este post rápido, que vou voltar para o meu livro (comprado em half-price na WHSmith do aeroporto de Luton! Sabe tão bem uma borla!).

2 comentários:

  1. O Bruce é um contador de histórias! Ainda não li o livro todo (estou a lê-lo devagar para assimilar bem e perceber todos os pormenores, voltando atras várias vezes e relendo para que não me escape nada), mas o que posso dizer daquilo que li é que este um dos seus melhores trabalhos de sempre. É como tu dizes, cada capítulozinho conta-nos uma história, à semelhança do que acontece com as suas canções. Está tão bem escrito, mas tão bem escrito que mais parece um romance. Sou fã do Bruce há alguns anos e como qualquer fã do Bruce estou habituada a esperar sempre o melhor dele, mas com este livro superou as minhas expectativas e só veio confirmar que o Bruce é um Artista acima de todos os artistas!
    A cada página lida, amo-o ainda mais.

    Cristina Ferra

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Nem mais, Cristina, não o diria melhor. :)
      Também não sabia bem o que esperar, porque não é a mesma coisa escrever uma canção e escrever um livro e duvidava que a linguagem que ele usa na música servisse para prosa.
      O grande triunfo dele com este livro é exactamente esse: usar a mesma linguagem, fazer um twist (como ele tanto gosta ;) ) com a estrutura do livro e fazer resultar tudo numa obra deliciosa, que vence a cada capítulo. Como tu, também eu o amo cada vez mais :)
      O meu sonho é saber escrever como ele. Talvez um dia.

      Eliminar

Let the music do the talking.