domingo, 13 de julho de 2014

Nick Mason & Rick Fenn featuring David Gilmour - "Lie For A Lie"

"Give me a lie for a lie"


Na ressaca do anúncio do novo álbum dos Pink Floyd, em que David Gilmour tem estado a trabalhar, falei nos últimos dias dos projectos a solo dos outros membros da banda: Richard Wright e Roger Waters. Quem é que resta? Nick Mason - o baterista.
E porque é que resta? Porque Nick Mason não tem, na verdade, projectos a solo.

Nick Mason é bom rapaz,  é  foi um baterista competente e escreveu o livro mais revelador dos Pink Floyd que já li - "Inside Out: A Personal History of Pink Floyd", que recomendo vivamente. Mas é pouco mais que isso. (Ah e percebe muito de carros também. Eu confesso que não percebo nada.)
Hoje em dia, para além de fazer as partes de bateria do novo álbum dos Pink Floyd (será que são dele?), pouco mais Nick Mason poderá acrescentar à banda. E se é assim hoje, no passado pouco diferia.
Musicalmente, em estúdio, Nick nunca acrescentou nada aos Pink Floyd (embora tenha alguns créditos de autoria nas composições conjuntas). Ao vivo, desde a digressão The Wall Live que Mason tem outro baterista para o ajudar a completar as suas próprias partes.
A propósito, fiquei muito contente quando o vi no Live 8 com os Pink Floyd a tocar bateria sozinho, mesmo tendo em conta os vários pregos que deu. Esse é que é o apelo da música ao vivo.

Resumindo, Nick Mason como músico é muito fraco (ou nulo) e como baterista é muito limitado.

E no entanto, Mason apresenta na sua discografia 2 álbuns a solo. Pois. Como é óbvio, o input de Nick em ambos os álbuns é proporcional ao seu talento para a composição: muito limitado.
Se o 1º álbum ("Fictitious Sports" de 1981) foi essencialmente o trabalho solitário da artista jazz Carla Bley (que nem sequer aparece na capa do álbum), o 2º álbum ("Profiles" de 1985) é obra do guitarrista dos 10CC - Rick Fenn.


Mas então porquê é que eles querem dividir os louros com Nick Mason? É fácil: porque podem pôr na capa o nome de um membro dos Pink Floyd e assim as vendas e o interesse na sua música disparam em 1000% (número meigo).
"I've certainly enjoyed working with Rick... I think it's useful and important to change the people you work with. You get so stuck in certain patterns.
You know: Roger will do this and Dave will do that and... well, you can go and make the tea, Nick!"
Nick Mason

Pois. Com os Pink Floyd, Nick já estava relegado a fazer o chá, ficamos sem saber se fez muito mais com Rick Fenn.
Em "Lie For A Lie" - single de avanço de "Profiles" - Rick Fenn ainda teve um bónus: quem canta é nem mais nem menos o vocalista dos Pink Floyd - David Gilmour. Ainda por cima, David aparece no vídeo promocional do tema, que está em cima. O áudio nesse vídeo é muito manhoso, por isso se quiserem ouvir o tema com maior fidelidade, façam-no aqui.



Como estávamos nos anos 80, as versões estendidas para os singles de 12'' eram costumeiras. Se gostaram do tema, fica aqui também a versão mais comprida:



O resto do álbum "Profiles" é quase inteiramente instrumental (excepto a faixa "Israel") e, para ser sincero, de muito pouco interesse. Confesso que nunca consegui ouvi-lo na íntegra, porque vou passando de faixa sucessivamente ao fim de 1 ou 2 minutos até que chego ao fim.
Em suma, é uma audição quase penosa. Salva-se "Lie For A Lie", que é um tema Pop agradável, mas pouco mais que isso.

Ah e a capa do álbum, com aquele homem vestido com um maillot e uma máscara de corvo pretos... Perturba-me.

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