domingo, 3 de junho de 2012

Bruce Springsteen - "Land Of Hope And Dreams"

"You don’t know where you’re goin’ now, but you know you won’t be back"



É HOJE!
E pronto, é hoje que o Rock In Rio chega ao fim, despedindo-se da melhor forma, com o regresso do Boss a Portugal, pela primeira vez com a sua E Street Band. É o mais esperado (por mim, obviamente) concerto do Rock In Rio.

Como não poderia deixar de ser, as minha expectativas estão em alta.

‎Começo por dizer que Bruce Springsteen é o meu "artista a solo" (por oposição a "banda") preferido. Não só pela sua música per se, mas mais até pela poder da mensagem que ele transmite. Porque a música é um veículo de emoções, ninguém sabe transmitir melhor uma emoção que Bruce Springsteen.

Bruce Springsteen toca-me em especial porque a sua música descreve situações reais, emoções reais, com as quais eu (e milhões de outras pessoas) me posso identificar. E não é para isso que a música serve?

Acima de todas as outras qualidades que Bruce, como artista, pode carregar, esta é a que o distingue de todos os outros: a capacidade de materializar o sofrimento de um homem, as suas dúvidas e fraquezas, os seus anseios e dilemas, num pedaço de música. Com Bruce, é possível agarrar num disco e dizer "aqui mora a verdadeira dimensão do sofrimento de um homem".

Há um tema em particular, do qual eu já falei aqui, que ilustra a minha argumentação. Chama-se "The Promise" e é o meu tema preferido de Bruce.
É este o tema que eu desejo, em especial, que Bruce toque hoje à noite. Há muitos outros, como é óbvio, mas esta é especial. É o fecho de um ciclo.

Mas nem só de sofrimento vive a música de Bruce Springsteen.
A música de Bruce Springsteen é também sinónimo de redenção e de esperança.
E é isso que ouvimos em "Land Of Hope And Dreams": a celebração da redenção e dos sonhos de uma reviravolta para um futuro mais risonho.

"This train, dreams will not be thwarted
This train... Faith will be rewarded
This train... The steel wheels singing
This train... Bells of freedom ringing"

Agora impõe-se a questão... O que é que nos espera no concerto de hoje do Boss?
A verdade é que é extremamente difícil prever a setlist de um concerto de Bruce Springsteen, uma vez que este nunca repete um alinhamento e estreia temas novos todas as noites.
O conceito de um concerto de Bruce é tocar à medida da resposta do público, tanto em termos de duração do espectáculo, como na escolha dos temas. Ora, tendo em conta que o seu reportório é muitíssimo vasto, torna-se virtualmente impossível adivinhar o que se vai passar a seguir.
Porém, existem alguns padrões e só mediante uma análise estatística podemos (vagamente) prever o que se vamos ouvir hoje à noite.

Até ao momento, na digressão de promoção ao álbum "Wrecking Ball", Bruce já deu 29 concertos, 9 dos quais na Europa (as setlists integrais estão aqui). Esta distinção é fundamental, uma vez que há determinados temas que Bruce toca preferencialmente nos EUA e na Europa.
Assim, no conjunto da digressão, estes foram os temas que Bruce mais tocou:


Desde que chegou à Europa, Bruce abandonou muitos dos habitués americanos, como é o caso de "American Skin (41 Shots)" (felizmente, uma vez que é dos poucos temas de Bruce que não aprecio). Na Europa, os temas que Bruce mais tocou foram:


Olhando para ambas as tabelas, nota-se que há uma viragem para temas mais comerciais, com especial ênfase no álbum "Born In The U.S.A.", de 1984. Isto é visível analisando a estatística do número de vezes que temas de cada álbum foram tocados, no conjunto da digressão e apenas na Europa:


Com isto, voltamos à pergunta inicial: o que esperar do concerto de Bruce?
Como podemos ver nas tabelas em cima, há uns temas que ele toca sempre e outras quase sempre. A base é o novo álbum ("Wrecking Ball"), complementado com alguns êxitos no fim e uns fan favorites pelo meio.

Esta é a minha aposta para o que vamos ouvir hoje, com a escala cromática do vermelho (slots de maior variabilidade, impossíveis de adivinhar), passando pelo amarelo torrado (alguma probabilidade), o amarelo (muito provável), até ao verde (temas que vão ser tocados com quase toda a certeza).


Ao lado está a setlist que eu, realisticamente, gostaria de ouvir. Escusado será dizer, que se fosse eu a escalar o alinhamento, este seria muito mais leve em temas do novo álbum e muito mais pesado em álbuns como "Darkness On The Edge Of Town" e "Born To Run".
Mas a verdade é esta: nunca se sabe. E esse é um dos factores mágicos de um concerto do Boss.

É HOJE!!!

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